Malhão de Santo André
(Borges, Júlio António - Linguagem e cancioneiro popular poveiro - 2008)
Vem gente de toda a parte,
Pela beira-mar a pé, Cumprir as suas promessas, Ao milagroso Santo André. Tens a tua capelinha, Chegadinha à beira-mar, Apesar de estar velhinha, Todos te vão visitar. |
E já feita a romaria
Vai tudo p'ra rojoada, E atirar uma pedrinha, Ao penedo da pegada. E a moça atira a pedra, Ao penedo da pegada, Se a pedra ficar em cima, P'ro ano já vem casada. |
era
Capela de origem medieval, referenciada em 1546 na freguesia de Amorim, atualmente Aver-o-Mar. Apresenta uma capela-mor rectangular e uma pequena sacristia anexa. Junto à capela existe um rochedo chamado "Penedo do Santo" que tem uma marca que se acredita ser uma pegada do próprio Santo André.
André significa forte, corajoso e os pescadores poveiros acreditam que este santo é o barqueiro das almas e que as liberta dos que naufragam no mar, indo pescá-las ao fundo do oceano para as entregar aos Céus. Antigamente, celebrava-se eucaristia nesta capela, ao domingo, e durante toda a semana, mulheres romavam para o local pedindo ajuda ao Santo para que as pescas dos seus maridos e filhos fossem recheadas e sem perigos. Eis como rezavam:
" Santo André das almas
Dai-me sardinhinha
Para o pobre pescador
Levar a sua vidinha. "
A romaria a Santo André, padroeiro das almas, é a 30 de Novembro, e era muito concorrida vindo gentes de toda parte. Diz-se que quem não for a Santo André em vida lá terá de ir depois de morto.
Ainda hoje se realizam romarias, principalmente pela comunidade piscatória, e sobretudo nas noites de Novembro, para a encomendação das Almas de Purgatório.
Capela de origem medieval, referenciada em 1546 na freguesia de Amorim, atualmente Aver-o-Mar. Apresenta uma capela-mor rectangular e uma pequena sacristia anexa. Junto à capela existe um rochedo chamado "Penedo do Santo" que tem uma marca que se acredita ser uma pegada do próprio Santo André.
André significa forte, corajoso e os pescadores poveiros acreditam que este santo é o barqueiro das almas e que as liberta dos que naufragam no mar, indo pescá-las ao fundo do oceano para as entregar aos Céus. Antigamente, celebrava-se eucaristia nesta capela, ao domingo, e durante toda a semana, mulheres romavam para o local pedindo ajuda ao Santo para que as pescas dos seus maridos e filhos fossem recheadas e sem perigos. Eis como rezavam:
" Santo André das almas
Dai-me sardinhinha
Para o pobre pescador
Levar a sua vidinha. "
A romaria a Santo André, padroeiro das almas, é a 30 de Novembro, e era muito concorrida vindo gentes de toda parte. Diz-se que quem não for a Santo André em vida lá terá de ir depois de morto.
Ainda hoje se realizam romarias, principalmente pela comunidade piscatória, e sobretudo nas noites de Novembro, para a encomendação das Almas de Purgatório.
No dia 29 de novembro, ao cair da noite, já os primeiros romeiros afluem à ermidinha, descalços, atravessando o areal ou calcurriando a larga estrada nacional [...]
A maior concorrência de pescadores poveiros, com as suas mulheres e filhos, verifica-se na madrugada do dia 30. Então grupos numerosos, de lampiões acesos, avançam, rezando o Terço. Chegam, ingressam na capela, recitam as suas orações e depositam as oblatas. Seguidamente, repetem o Terço cá fora, deambulando em torno da ermidinha. A concluir, de novo entram no templo e ali, junto ao altar, pronunciam as três últimas ave-marias e uma salve-rainha. Está cumprida a devoção.
(Bonito, Rebelo - Boletim Cultural da Póvoa de Varzim, vol-3 (1964), p. 46)
A maior concorrência de pescadores poveiros, com as suas mulheres e filhos, verifica-se na madrugada do dia 30. Então grupos numerosos, de lampiões acesos, avançam, rezando o Terço. Chegam, ingressam na capela, recitam as suas orações e depositam as oblatas. Seguidamente, repetem o Terço cá fora, deambulando em torno da ermidinha. A concluir, de novo entram no templo e ali, junto ao altar, pronunciam as três últimas ave-marias e uma salve-rainha. Está cumprida a devoção.
(Bonito, Rebelo - Boletim Cultural da Póvoa de Varzim, vol-3 (1964), p. 46)